Quando esta viagem para Angola finalmente concretizou-se resolvi escrever apontamentos para partilhar minhas impressões sobre Luanda, a nova experiência de trabalho e a de ser expatriado.
A experiência – por ora a de escrever o blogue – está sendo va-ga-ro-sa, no mínimo, principalmente quando tento postar algum texto: ou a internet perde a conexão ou então a energia acaba e perco o que já havia digitado por horas. Além disso, sempre travando lutas com o processador de texto, pois a configuração é a do português de Portugal. Quer dizer que quando digito “acadêmica” o resultado é “académica”, “actividade/atividade” e assim por diante. São heranças lusas. Apenas uma questão de configuração do teclado, não das idéias. E ainda tenho um amigo que pede para descarregar toda a visão dos trópicos por email.
Escrever é prazeroso, é consequência do hábito de ler e o trabalho é de arquiteto mesmo: projeta-se o texto, constrói-se com as palavras, amarram-se as idéias e no final, eis a obra. A depender do arquiteto a obra pode ser mais intensa como um Le Corbusier, mais retilínea como um Niemeyer ou então funcional como um Frank Lloyd Wright. Ou apenas um devaneio literário com ares arquitetónicos.
O “post” caminha para a conclusão e o que tudo isso tem a ver com o título? Qual a grafia correta de blogue? “Blog” ou “blogue” ? Desconsiderando questões de americanismos ou de lusofonia prefiro “blogue”. “Blogue” transmite uma sensação de estranhamento inicial e na medida em que se lê os olhos acostumam-se. Como os meus, neste longos dez dias de África.
2 comentários:
jonny rivers.....nao sei se concordo com Alvaro de Campos.
Nossas angustias nao sao tao ridiculas assim....Tirado de um adoravel presente que vc me deu:
" Augustia: o sujeito amoroso, ao saber de tal ou qual contingencia, sente-se tomado pelo medo de um perigo, de um ferimento, de um abondono, de uma reviravolta - sentimento que ele exprime sob o nome de angustia...." Roland Barthes (do fragmento)....Tô por aqui, sempre, como sempre....Bjs Fer
Nossa!
Meu terapeuta, o mesmo da pessoa do comentário anterior, tem me sugerido repetidamente a leitura de tais fragmentos. E adorei essa descrição de angústia. Ando em angústia. Num ir e vir tormentoso e prazeroso a diferentes estados. João, escreva sem se incomodar com o processador. Deixa vir uns "erros". Académico. Acho q vai ser curioso. Tenho tanta saudade de vc. Naliz!Naliz!
Postar um comentário